Essencia de Mulher

Um blog para mulheres e homens de mente aberta

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Borboletas para vocês... Feliz 2006!

Borboleta...esvoaçando
Na luz da manhã,
Já tiveste tantas formas
Antes de conseguir
Alcançar teu voo!
Na vida alguns sinais aparecem como simbolos. Dentro de algumas intrepretações a borboleta simboliza a transformação. O poder que a borboleta nos trás é oriundo do ar. É a mente, a capacidade de a conhecer e de mudá-la. É a arte da transformação. Assim como a borboleta, estamos sempre a passar por alguma etapa nas nossas vidas: o ovo simboliza o começo de todas as coisas. É o estágio no qual as ideias nascem, mas ainda estão longe de se materializarem; a larva é o ponto no qual decidimos inserir a ideia no mundo físico; o casulo representa o movimento de "ir para dentro", desenvolvendo alguns projectos, alguma ideia ou ainda determinado aspecto da nossa personalidade; o estágio final da transformação é o abandono da crisálida. É a etapa do nascimento, significa que estamos em condições de compartilhar as cores e a alegria da nossa criação com os outros. A vida está sempre em processo de transformação. É um ciclo sem fim de autotransformação.
Deixo-vos aqui umas borboletas para se inspirarem desejando que este novo ano que se vai iniciar seja para vós um ano de transformação. Que consigam sair do "casulo", realizar todos os vossos desejos, e que as "vossas asas" coloridas de felicidade vos conduzam ao Amor, Saúde e Prosperidade.
Feliz 2006!

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Ricardo Reis

Quero ignorado, e calmo
Por ignorado, e próprio
Por calmo, encher meus dias
De não querer mais deles.

Aos que a riqueza toca
O ouro irrita a pele.
Aos que a fama bafeja
Embacia-se a vida.

Aos que a felicidade
É sol, virá a noite
Mas ao que nada espera
Tudo que vem é grato.

Ricardo Reis


Sempre luto por aquilo em que acredito. Faço projectos, traço planos. Procuro acreditar mesmo e não ficar pelas expectativas, caso contrário acabo por me desiludir. Ao ler esta Ode de Ricardo Reis fiquei a pensar nas duas últimas estrofes: "Mas ao que nada espera, tudo que vem é grato". Penso que devemos avançar sempre com os nossos sonhos, sei que sempre damos o nosso melhor e não devemos deixar de agradecer tudo o que vai surgindo na busca da realização desses mesmos sonhos. Tudo faz parte da nossa evolução enquanto seres humanos.

terça-feira, dezembro 27, 2005

Projectos...

Na semana entre o Natal e o Ano Novo sempre faço um balanço do ano anterior. Depois faço como os engenheiros e arquictectos: Projecto o novo ano. Sonho sem dúvida com muita coisa, fico lá nas nuvens depois tento passar tudo para o papel para durante o ano construir os "alicerces". Nem sempre me saio bem nos cálculos ( imaginem se fosse mesmo engenheira) e construo "castelos no ar". Mas existem sonhos dos quais não desisto e olhando para trás consigo rectificar algumas coisas e sempre ter esperança num ano que se inicia.

domingo, dezembro 25, 2005


sábado, dezembro 24, 2005

Feliz Natal


Feliz Natal... que no coração de todos reine muita Paz e Amor.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Os meus desejos para todos vós


Brincar e aprender... brincar ou aprender...

Todos nós já vimos e sentimos, de uma maneira ou outra, o que é uma criança a receber e desembrulhar um presente. Há tempos li num livro uma passagem que vos deixo aqui e que me deu que pensar. Eu sempre procurei oferecer aos meus filhos, sobrinhos e outras crianças presentes didácticos. Hoje já não penso tanto assim. Ao olhar para os jovens de hoje sinto que têm pouca criatividade e não sabem brincar. Misturam um pouco a brincadeira com actos de mais responsabilidade ou levam brincadeiras demasiado a sério. Penso que cada etapa da vida deve ser devidamente vivida. Uma criança é uma criança e deve viver plenamente como tal. Crescer depressa demais não é bom. Mais tarde pagam-se as consequências. Deixo-vos aqui então uma curta passagem do livro: "Felicidade existe" de Shawn Christopher Shea, se quiserem reflectir.
" A nossa sociedade tem tendência para nos enquadrar a todos numa raça, onde o valor é determinado em função do número de objectivos que conseguimos alcançar. Até já começou ao ponto de contagiar malignamente os nossos infantários onde, em vez de se divertirem a brincar e a socializar, os nossos filhos são literalmente obrigados a aprender, e se não o fizerem, são considerados uns falhados aos quatro anos de idade. Até que ponto é que isso é doentio? A resposta é: muito doentio. Os "brinquedos didácticos" são um negócio multimilionário, um dos mais estranhos e singulares oxímoros de todos os tempos. O objectivo destes brinquedos é que as crianças aprendam enquanto brincam; não sei qual a opinião do leitor mas isto não me soa a brincadeira mas sim aprendizagem, ou seja, a trabalho escolar. Talvez me esteja a escapar alguma coisa.
A propósito, o que seria de nós actualmente se um dos nossos familiares nos perguntasse « O que é que vais fazer este Verão?» e não lhe respondessemos algo do género, «Vou preparar as Olimpíadas de Verão de 2020. Inscrevi o meu filho numa escola de futebol, nas lições de natação, na reparação de bicicletas ( não vá ele dedicar-se um dia ao triatlo) e na leitura intensiva de autores do século XX que podem vir a ser importantes na sua preparação para a universidade. Nunca se sabe. Acho que ele vai ter um Verão fantástico, muito divertido.» Uma vez cometi o erro de responder honestamente a esta pergunta ao comentar:« Sabes, acho que vou simplesmente deixá-los descansar este Verão. Não fazer nada. Só brincar. Trabalharam tanto na escola, acho que merecem uma pausa.» Silêncio. Depois ouvi: « Ah, isso é óptimo.» Dito num tom em que parecia que eu tinha dito que ia mandar os rapazes fazerem uma cirurgia para alteração de sexo. Nessa noite fiquei à espera de que os Serviços para a Infância e Juventude me batessem à porta para me informarem de que os meus vizinhos tinham apresentado queixa de mim, alegando negligência. Não estou a brincar, a coisa está a ficar feia. E quem perde são os nossos filhos porque não lhes é permitido serem crianças."

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Perdoo mas...


"Perdoo, mas não esqueço", é uma frase que já ouvi muitas vezes. Sempre me questiono que tipo de perdão é este. Quando alguém me pede desculpa e sinto que não consigo esquecer ou entender o que me fez, prefiro dizer que talvez dali a uns tempos consiga desculpar e... esquecer. Que adianta dizer que se perdoa alguém se posteriormente num desentendimento vem tudo ao de cima ou ficamos ressentidos? Também espero que quando alguém me pede desculpa, esteja arrependido e não volte a magoar-me, pelo menos daquela maneira. Já me disseram várias vezes que tenho "memória curta". Perguntam-me: não te lembras que tal pessoa te fez isto e aquilo? Fico satisfeita quando assim é. É porque consegui perdoar. Para mim perdão sem "esquecimento" não existe, por isso é tão difícil perdoar. Também devia ser difícil pedir desculpa. Ter humildade para reconhecer que errámos não é fácil, mas há quem peça perdão de uma forma automática. Às vezes até penso que nem sabem porque pedem desculpa, simplesmente fazem-no porque viram uma reacção contrária ao que estavam à espera do outro lado e não estão para se aborrecerem mais. Certas pessoas podem magoar-nos propositadamente mas outras somente agem segundo a sua maneira de ser que é diferente da nossa e, não correspondendo às nossas expectativas acabamos por nos sentir atingidos. Quem sou eu para julgar alguém? Quando me magoam procuro entender que lição devo tirar com a situação. Por vezes aparecem pessoas neste nosso trajecto que têm de fazer o "papel sujo" para que possamos aprender certas coisas. Costumo dizer que as situações e pessoas que vão surgindo na vida são o "espelho" do nosso interior. Não somos obrigados a agradar a todos, nem todos podem ser agradáveis para nós. Por vezes é necessário ir arrancando as "ervas daninhas" do nosso caminho. Ser-se compreensivo, tolerante, bom... é uma coisa , ser-se "parvo" é outra. Conviver com quem nos faz sentir mal não é nada saudável. Penso que acima de tudo devemos sentir Paz no nosso coração. Muita Paz para todos, é o que mais desejo.

sábado, dezembro 03, 2005

Soltar amarras

Peço desculpa pela minha ausência, mas tenho estado muito ocupada.Comecei a fazer arrumações na minha casa. Muitas pessoas acreditam, eu acredito, que a nosso casa reflecte muito do nosso interior. Há 6 anos senti uma necessidade de mudança na minha vida, mas não tem sido fácil. Mudanças são sempre mudanças e enfrentar o desconhecido é difícil. Quase diria que esta mudança me foi imposta. Comecei por me desinteressar de tudo o que na altura gostava de fazer. Talvez agora, depois de muito aprender, aceite muita coisa que outrora me parecia impensável. Sinto que estou a encaminhar-me e resolvi começar a fazer uma limpeza de alto a baixo no meu cantinho. Tenho posto muita coisa fora de casa e procurado ficar com o estritamente essencial. Sempre fui muito ligada ao passado. Livrar-me de alguma recordação era como "morrer" um pouco, como ficar sem história. E guardar recordações quase um vício. Desta vez peguei nos meus 3 caixotinhos onde durante anos guardei muita coisa: diários, bilhetes de espectáculos, convites, cartas, contas de restaurantes onde nessa altura 9 pessoas comiam por 900 escudos, velas de aniversário, petalas de flores, ... mil e um objectos. Passei cada um em revista e desfiz-me de práticamente tudo. Afinal tudo aquilo só fazia sentido para mim. Cada um vive as experiências da vida à sua maneira e é marcado por elas de uma forma única. Para quê guardar tanta coisa? De que serve apegarmo-nos às coisas? Há que fechar algumas "portas" do passado para outras se poderem abrir. As recordações estão cá dentro. Podem não acreditar mas tenho-me sentido mais leve e, organizando a casa parece que tudo dentro de mim também vai ficando mais claro e mais estruturado. Sinto-me mais livre. Certas amarras vão sendo desfeitas. Ainda falta muito mas já vou sentindo diferença. Vou dando mais valor a cada momento que passa. Na realidade de vez em quando precisamos de fazer "limpezas" interiormente: vermo-nos livres do que não interessa, não nos faz falta, que já não nos é útil, organizarmos ideias, limparmos pensamentos... ficar com o essencial. Eu acredito que a nossa casa é o reflexo do nosso interior, e quando mexemos num lado existe necessidade de mexer do outro. Quase arriscaria a dizer: Limpar a casa é limpar a alma e limpar a alma leva-nos a sentir necessidade de limpar a casa.