Essencia de Mulher

Um blog para mulheres e homens de mente aberta

sexta-feira, outubro 13, 2006

Pontos de vista


Nietzsche escreveu assim em "Humano, demasiado humano":
"Devemos expor a nossa infelicidade, gemer audivelmente uma ou outra vez, ostentar impaciência, pois, se revelássemos aos outros a que ponto, bem no fundo de nós mesmos, nos encontramos satisfeitos e tranquilos apesar das dores e das privações, apenas conseguiriamos suscitar-lhes inveja e perversidade. Ora, é necessário impedirmo-nos de tornar os nossos semelhantes ainda mais perversos; demais, se eles nos soubessem felizes, haviam de onerar-nos com pesadíssimas tributações, donde se conclui que o nosso sofrimento púbico representa para nós uma vantagem privada."
Eu escrevo:
Devemos expor a nossa felicidade, sorrir frequentemente, mesmo quando por vezes as coisas tornam-se difíceis. É dessa maneira que conseguimos contrariar certas emoções que se tornam perigosas e podem-nos levar à derrota. Se vivermos felizes, espalharemos felicidade aos que nos rodeiam. Acredito na lei da ressonância do Universo. Também estando felizes atrairemos para nós pessoas e situações dentro dessa maneira de estar. Tudo parte da nossa atitude interior. Ver os maus momentos como aprendizagens e agradecer por isso, festejar todas a vitórias, sejam elas pequenas ou grandes e enviar Amor para os que nos amam e os que não nos querem tão bem pode ser uma forma de mudar o Mundo para um Mundo melhor. Só nos magoamos se nos deixarmos magoar, se existirem sentimentos de culpa em nós; só nos cai a inveja em cima se estivermos fragilizados e vulneráveis; só atrairemos "opressores" se alimentarmos a parte de vítimas em nós... tudo precisa de um campo fértil para germinar. Há que sorrir, há que agradecer, há que mudar a atitude interior, há que amar, há que saber aceitar... Nascemos para sermos felizes. A escolha é nossa, da nossa inteira responsabilidade. Sendo felizes faremos muitas outras pessoas felizes também.

sábado, outubro 07, 2006

Para ti, minha amiga!





Noite de Saudade

Florbela Espanca

A Noite vem poisando devagar

Sobre a Terra, que inunda de amargura...

E nem sequer a benção do luar

A quis tornar divinamente pura...


Ninguém vem atrás dela a acompanhar

A sua dor que é cheia de tortura...

E eu oiço a Noite imensa soluçar!

E eu oiço soluçar a Noite escura!


Porque és assim tão escura, assim tão triste?!

é que, talvez, ó Noite, em ti existe

Uma saudade igual à que eu contenho!


Saudade que eu sei donde me vem...

Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém (alguém*)!...

Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho

Para ti, minha amiga, que estás a passar um momento de grande dor. Há que viver a dor e depois deixá-la ir. Estarei do teu lado para o que precisares. Enquanto as pessoas permanecem no nosso coração estarão sempre vivas independentemente da decisão que tomaram ao partir. Há que respeitar as escolhas e quando amamos abençoamos as opções de cada um acreditando que o melhor se cumpriu.

*alteração minha

Será?


Hoje recebi esta pergunta num mail. Costumo sempre pensar que nada acontece por acaso. Pensei um pouco e penso que até pode ser verdade uma vez que acredito que projectamos muito de nós nos outros. Também não podemos generalizar nada, principalmente o que parte do ser humano. Cada um terá as suas razões para actuar de certa forma, que nem sempre estão à vista de ninguém, nem do próprio. Melhor será nunca fazermos julgamentos. Será sempre bom escutarmos, procurarmos entender, questionarmos quando temos dúvidas. Já senti necessidade de protecção, já protegi, já exagerei em ambas as situações por excesso e por defeito. Tudo vai mudando. Nós vamos mudando.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Dia Mundial dos Animais





Ontem dia 4 de Outubro foi o dia mundial dos Animais. Deixo-vos aqui uns textos para reflexão.
Finalmente, querido. Finalmente vamos de férias. E até já temos tudo pronto. Tão bom!
— Pensa lá bem... Não te estás a esquecer de nada? Então o bicho e a tralha dele?
— O cão? Mas tu queres levar o cão??? Ó Tó deixa-te disso! Não chega já durante o ano?
— Ó Maria,já sei que a tua mãe não fica com ele... Mas o que fazemos ao “peluchinho”?
— Olha!!! Fala-me de mães! Lembras-me logo a tua!!! Foi ela que há 7 anos fez a gracinha de dar o cachorro ao João quando ele nasceu. “Um amiguinho para a vida” e etc. “Princípios pedagógicos “, dizia ela. tretas’ Ai, eu cá sei bem o que fazia ao cão...
— Bom, mas, sei lá... até o podíamos deixar num hotel para cães, o que é que tu achas?
— O quê? Gastar mais uma pipa de dinheiro? Eu vou de férias e não é para andar a sandes. Só esse dinheiro já nos dá para ir comer fora umas poucas de vezes! Nem penses. Esquece! E já que queres a minha opinião, eu cá não sou de meias medidas: abandona-se o bicho e pronto. Ou manda-se abater! Está velho e acaba-se, de vez, com as despesas e com as
chatices. Limpinho e é caso arrumado!
— Mas tu não estás boa da cabeça, Maria... E os miúdos? O que íamos dizer aos miúdos?
— Ora, isso é o mais fácil. Amanhã, antes de seguirmos viagem, largas o cão bem longe daqui. Dizes que ele foi atrás de um gato e que há-de voltar. Deixas o resto por minha conta. Se for mesmo preciso, quando regressarmos arranja-se um cachorro acabado de nascer, daqueles que parecem mesmo de peluche. Promete-se, espera-se uns mesitos e até passa por coisa do “Pai Natal”. Olha, ficava logo despachado a prenda para os dois!
In Psicologia Actual, edição de Agosto de 2006
Foram feitas experiências curiosíssimas em dois locais: enquanto uma câmara oculta filmava o comportamento de um animal no lar ao fim do dia, uma outra câmara captava as actividades do dono desse mesmo animal, que se encontrava a cerca de 10 km de distância.
Num dos casos concretos, falava-se de um cão. Foram registadas as horas, nas duas câmaras.
Enquanto a dona esteve a trabalhar, o cão dormiu sempre sossegadamente no sofá. Quando a dona olhou para o relógio pela primeira vez, o cão levantou a cabeça e bocejou.
Quando a dona pegou na mala e vestiu o casaco para sair do emprego, o cão saltou do sofá e espreguiçou-se.
Logo que a dona meteu a chave do carro na ignição, o cão dirigiu-se para a porta da casa (onde se encontrava sozinho), farejou debaixo da porta e começou a abanar a cauda.
Depois sentou-se, à espera, olhando fixamente para a porta.
À medida que o carro se aproximava da casa, o animal começava a dar sinais de agitação, aproximando-se cada vez mais da porta.
Quando o carro estava a cerca de 1 km de casa, já o animal tinha saltado para uma cadeira, junto a uma janela através da qual podia observar o exterior, abanando fortemente a cauda e latindo de vez em quando.
Era a certeza de que o encontro do dia iria acontecer dentro de breves minutos!
In Boa Estrela
Os animais têm algumas caracteristicas muito mais subtis e avançadas do que nós temos. Os animais sentem e podem até sofrer para nos salvarem de situações que por vezes nem damos conta. Têm uma linguagem diferente da nossa, mas quem já teve animais e teve com eles uma relação muito estreita sabe perfeitamente que é possivel comunicar com eles. Podemos ter a prova do Amor Incondicional através de animais. Tratem-nos bem, e terão muitas recompensas. Pensem sempre antes de fazer alguma coisa se gostariam de estar na pele deles. Não digo que os tratem como humanos porque não gostam, mas tratem com respeito, dignidade, compreensão, carinho e amor. Não estou a falar de cor, estou a falar da minha já longa experiência com animais. Este ano, numa exposição canina, assisti a um interrogatório entre um possivel comprador de um cão e a criadora. No lugar dela eu já não venderia o cão a tal pessoa. Por pouco estive para dizer: O sr não tem filhos? Como aprendeu a cria-los? Porque não faz o mesmo com o cão que quer comprar? As perguntas davam a entender que o cão seria um encargo, uma chatice, só para no fundo dizer que ia ter um cão. Estava demasiado preocupado com as despesas, com o lugar onde prende-lo, com os tapetes, porque nem seria suposto o cão pôr as patas em casa... enfim... eu tenho uma visão bem diferente das coisas.

terça-feira, outubro 03, 2006

Filhos... mães... mães... filhos...



Ontem, numa conversa com uma mãe que defendia quase cegamente o seu filho, acusando até outras pessoas que lhe são queridas, não levantando sequer o benefício da dúvida em certas coisas e utilzando muito expressões como "eu fiz.." levou-me a pensar que possivelmente algumas mães defendem os seus filhos, não só por amor maternal, mas também com medo de serem acusadas de terem desempenhado mal o seu papel enquanto mães. É como um sentimento de culpa que as invade. No fundo, isso nem deveria existir porque fazemos por um filho o melhor que sabemos e que está ao nosso alcance, mesmo que esteja muito longe da perfeição, que por si só não existe. Qualquer mãe pode virar uma loba para defender as suas "crias", estando elas em perigo. Mas reconhecer que os filhos não são perfeitos. que têm a sua maneira de ser, ajuda-los a serem melhores, encaminha-los para a vida, reconhecer e faze-los reconhecer os seus erros e limtações, respeita-los enquanto seres humanos é um acto de amor. Aí há uns 10 anos atrás, a minha filha teve um problema psicológico. Acabei por descobrir que estava relacionado com emoções que captou de mim durante a minha gravidez dela. Foi uma gravidez toda passada durante a doença e fase terminal do meu pai. Tentei proteger a minha filha mas nao foi possivel protegê-la de tudo. Nesse problema dela, lembro-me de ter sido acusada pela educação que lhe vinha a dar e os sentimentos de culpa tomaram conta de mim. A sociedade, hoje em dia, ainda aponta a dedo os pais como sendo os únicos responsáveis pela formação de uma criança. Para mim as coisas não são assim tão simples. Por vezes também é fácil apontarmos o dedo aos nossos pais como culpados de muita coisa que não gostamos em nós e acomodarmo-nos. Eu sou da opinião que qualquer um pode mudar o que quiser e quando quiser. Apesar de não ser tarefa fácil. Fui aprendendo que a culpa não faz muito sentido. Tudo o que sempre fiz pelos meus filhos foi por amor e pensando no bem deles. Sempre fiz o melhor que sabia. Hoje tenho a noção que muita coisa faria de forma diferente, mas as coisas foram como tinham de ser naquela altura. Desde ontem fiquei realmente a pensar: Será que às vezes não defendemos os filhos cegamente para minimizar alguns dos nossos sentimentos de culpa em relação ao que poderiamos ter feito e não fizemos? A vida vai-nos ensinando muita coisa, mas aquilo a que vamos tendo acesso é aquilo que precisamos em determinadas alturas. Não somos obrigados a mais! Que bom seria saber o que sei hoje e poder voltar atrás. Mas, possivelmente, não teria estes meus filhos que amo muito, teria outros! Aprendi com eles, eles aprenderam comigo... é assim a vida!

segunda-feira, outubro 02, 2006

Sobre relacionamentos



"Os relacionamentos são o fundamento da humanidade. Tiramos o nosso alimento deles, aprendemos com eles e lutamos por eles. (...) o modo como nos relacionamos com os outros determina o nosso grau de felicidade, o tempo que vivemos, e as opções que fazemos.(...) A amizade baseia-se na mais antiga e mais intrínseca consciência humana de que há muito mais na vida para além de nós próprios. (...) Sob o ponto de vista tibetano, somos responsáveis pelos nossos relacionamentos, porque somos nós que os criamos, lhes damos vida e permitimos a sua influência sobre nós.(...) Contudo, as pessoas esquecem com frequência que um relacionamento precisa de ser trabalhado(...) A amizade é uma maneira de crescer, partilhar quem somos, e tornamo-nos pessoas melhores. As amizades ensinam-nos como pensar, sentir, actuar e tomar decisões. É na amizade que descobrimos a nossa humanidade e a capacidade para a compaixão e amor. (...) Timidez constrangedora, medo de rejeição, sentimentos de desaptação social e falta de confiança podem levar à solidão e ausência de amigos, ou à rejeição daqueles com quem gostaria de estabelecer laços de amizade.(...) Tornar-se inimigo é ter uma relação muito íntima, pois está a concentrar enormes quantidades de energia de pensamento numa pessoa em particular A natureza da energia de pensamento dos inimigos e a inimizade ligam pessoas de modos múltiplos e invisíveis que irão destruir a sua vitalidade, felicidade e integridade pessoal.(...) Quando as amizades íntimas terminam é porque as lições que ambos necessitam aprender já foram aprendidas, e é tempo de ambos procurarem novos caminhos. Ambos são necessários noutro lugar. Se essa amizade está destinada a perdurar, encontrar-se-ão ambos, de novo, em circunstâncias diferentes. (...) Portanto, se um amigo se afastar do seu círculo, mesmo se o modo como isso aconteceu foi doloroso, não tente retê-lo. Deixe-o partir com a sua benção e aceite que a vossa amizade ajudou outro ser humano a encontrar o passo seguinte na jornada da sua vida."

In"A arte tibetana do pensamento positivo" Christopher Hansard

Deixo-vos aqui algo para pensarem, e se assim o pretenderem, para comentar. É sempre bom trocar ideias. Todos nós temos experiências de vida diferentes.