Mais um....
Mais um ano lectivo está a começar. Já se sente o frenesi no ar. O trânsito nas grandes cidades intensificou-se, a corrida às grandes superfícies, papelarias e livrarias para comprar material escolar é evidente. As inscrições prosseguem, com tudo o que isso implica: preenchimento de impressos (quase é preciso tirar um curso para responder a tanto requisito, códigos... e paciência também), fotografias, enfim... papel, papel, papel!
Uns vão pela primeira vez sentar-se nos bancos da escola. É vê-los com mochilas pesadas quase maiores do que eles. Mal sabem o longo percurso que os espera de "peso às costas". Outros estão no fim do seu trajecto, expectantes quanto ao futuro. E para muitos outros é mais um ano de profissão de estudante.
Os meus pais sempre me diziam que os tempos de estudante eram os melhores. Eu, como tantos jovens que pensam que os pais nunca os entenderam, ripostava: Vida de estudante? Sem horários nem honorários? Tomara já estar livre disto a fazer o que gosto e a ser independente!
Também é a época do Outono nas carteiras dos pais com filhos a estudar. É o cair da "nota". Só o preço dos livros... É a guerra das editoras. É ver quem faz livros com mais "bonecos" e menos conteúdo. Concordo que se cative o aluno, mas não exageremos com tantas fontes de distracção. Tem outro contra, o que parece muita matéria, muitas páginas para estudar, vendo bem é só "palha"! Eu sou do tempo... tal como se dizia num anúncio, em que cada disciplina tinha um único livro, e este passava do meu irmão para mim e 6 anos depois para a minha irmã.Não foi por isso que deixei de aprender.
Ainda não tinha acabado a minha vida académica, passei para o outro lado. Fui professora. Aprendi muito com os meus alunos. Passei uma época em que se discutia se os professores também deviam ser educadores. Nunca consegui separar as duas coisas. Não que um professor possa substituir os pais, mas pode completar em muita coisa a educação de um individuo. Pode marcá-lo para a vida. Com todas estas reformas, pai e mãe a trabalharem fora, crianças e jovens passam mais tempo fora de casa e nos estabelecimentos de ensino do que com os seus progenitores. Senti que em alguns casos, alunos meus me confiavam muito de si e contavam muito comigo em questões que não conseguiam falar com os pais. Aprendi também que tinha vantagem em lembrar-me que antes de ser professora já tinha sido aluna. Isso facilitou-me muito em termos de comunicação e compreensão. Sei que mudei o rumo da vida de muitos deles. Isso faz-me ver as responsabilidades de um professor.
Neste momento, além de aluna, o "bichinho" de professora não morreu, mas acima de tudo sou aluna nesta escola que é a vida. No fundo todos seremos sempre alunos e professores.
Queria deixar uma mensagem a todos os que vão iniciar mais um ano lectivo ou que já iniciaram: acreditem em vocês, acreditem nos vossos sonhos, vão em frente e lutem! É meio caminho andado para o sucesso fazer o que se gosta!
7 Comments:
Não duvides de uma coisa: acabo o curso este ano... e não tenho pressa, nem vontade, alguma em acabá-lo! Vou ter saudades desta vida de estudante. Só quero acabar o curso para ver se finalmente me faço à vida com $$$$ para crescer até não mais parar... mas, por mim, não saía desta vida de estudante nunca! É uma rica vida... e tudo o que ficará serão recordações! Não há nada como vida de estudante... só tem um senão: falta de remuneração! Se a tivesse, seria uma vida perfeita!
Olá!Tomei conhecimento da existência do teu blog através do blog ipsisverbis e penso que deves continuar!Nunca se desiste daquilo que se começa com empenho e dedicação!Este post chamou-me a atenção pelo facto de comentares o facto de cada estudante pensar que a vida que tem,de estudante,é um aborrecimento,porque tem de estudar e levantar-se cedo da cama para ir ouvir os professores,o que pode representar um sacrifício.Mas,ao longo destes 13 anos de estudante,cada vez mais me convenço que os antigos estudantes,que agora têm uma profissão,é que têm razão:a vida de estudante deve ser mesmo a melhor fase da vida de cada um.Digo isto porque ao longo destes anos de estudo conheci amigos que adoro,conheci professores que ficarão para sempre na minha memória como uns mestres e todas as vezes que deixei um grau de ensino senti enormes saudades,e ainda sinto,de momentos excelentes passados nesses tempos.Quando deixei a escola primária chorei porque ia deixar a minha professora querida que me ensinou a ler e outras tantas coisas naqueles quatro anos;quando deixei o ensino básico senti um grande aperto no coração porque ia deixar alguns amigos que iam seguir áreas diferentes,mas de qualquer modo encontrávamo-nos todos os dias no liceu,apesar de sermos de turmas diferentes;quando deixei o secundário foi o pranto total,construí amizades que ficarão para sempre na minha memória e vivi momentos inesquecíveis,agora cada um segue o curso que gosta e cada um está em diferentes cidades do país...Agora passei para o segundo ano de faculdade e já conheci muita gente de quem nas férias já senti saudades...o primeiro ano foi díficil em todos os aspectos,mas espero que consiga aproveitar da melhor forma os anos que me esperam e conhecer ainda mais gente e guardá-los como amigos!A vida de estudante é mesmo a melhor etapa de construção do nosso ser,da nossa existência.
Ass:Vou assinar com o meu nome:Ana Raquel
Ana Raquel... muito obrigada pela tua visita ao blog e pelo teu comentário. Também concordo que não se deve desistir, mas aqui não se trata de desistência. Eu sempre coloco empenho e dedicação em tudo o que faço, mas cada um tem os seus dons e por vezes há que fazer experiências para os descobrirmos. Eu passei quase metade da minha existência até aqui dedicada a equações, primitivas, integrais, matrizes... ou seja sou um pessoa mais virada para as ciências do que para as letras, apesar de por vezes juntar as duas coisas. Brincava com os meus colegas mandando mensagens em forma de equações literais (equações com letras)Assim que conseguissem resolver a equação tinham a minha mensagem. Este blog está a ser uma experiência... não para testar os meus dotes literários, porque não os tenho mas para partilhar um pouco da minha experiência de vida.É um desafio sem dúvida porque não quero "assassinar" a língua portuguesa! Eu gosto de comunicar mas talvez esta não seja a melhor forma! Escrever para muitas pessoas lerem tem muita responsabilidade. Mas o tempo o dirá. "Cada macaco no seu galho" é o que costumo dizer... Por gostar de dançar isso nao faz de mim uma bailarina, por gostar de música isso nao faz de mim uma pianista por exemplo, por gostar de comunicar e trocar impressões isso não faz de mim uma escritora.Mas nada como experimentar certas coisas! Quero mais arrepender-me por ter errado do que por não ter tentado.Boa sorte para este teu ano lectivo e obrigada pela tua visita... serás sempre bem vinda
Eu gosto de massagens mas isso não faz de mim um massagista!! Mas sempre aumenta o counter do teu blog :)!!
Beijos
zezruspa... mas gostar pode ser meio caminho andado para dares uma boa massagem e apreciares a massagem de alguem... Penso que aí não funciona tanto o dom mas o que se sente. O toque é e será sempre algo importante para o ser humano e... não só.É uma forma de afecto, de comunicação...Como sabes existem massagens terapeuticas e especificas mas qualquer um sabe massajar desde que goste de tocar e ser tocado. Obrigada pela tua visita. Conto com o teu sentido de humor aqui Pode ser???
sempre me dissseram que a sabedoria vale mais do que o ouro!!!
se a sabedoria vale mais do que o ouro deves ser uma grande professora e continua a ensinar o que vale mais do que o ouro!!!
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