Essencia de Mulher

Um blog para mulheres e homens de mente aberta

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Líderes... Gurus...

Neste mundo competitivo proliferam os falsos líderes, os falsos gurus, os falsos guias... Impera a luta pelo poder. O pior é que estes pretendentes a líder esquecem a sua condição de seres humanos. Não se permitem a errar e não toleram os erros dos outros. Esquecem a humildade. Não olham a meios para atingir os seus fins. Não conhecem a tolerância, a compreensão, respeito... Vivem num mundo de medo. Medo de serem ultrapassados, medo de serem confrontados, medo de perderem o seu estatuto de líderes, e subjugam os outros através do medo também para enconbrirem as suas inseguranças. Vivem com o síndroma da bruxa, no conto da Branca de Neve: existe alguém mais poderoso do que eu? Funcionam como autênticas máquinas, procuram únicamente atingir o poder e a exaltação do ego e esquecem os sentimentos e os outros que os rodeiam. Mas as máquinas também falham e precisam de contar com as pessoas. No fundo acabam por esquecer-se um pouco de si próprios porque a vida não tem um e um só propósito. Ficam como os burros com aquelas palas, não vêem para os lados, só para a frente! Também alguns dos objectivos relacionados com poder ficam para trás., porque não adquirem o respeito e a admiração de ninguém, acabando por viverem só para si e serem rápidamente esquecidos. De alguma forma todos precisamos de líderes, para uma certa orientação, assim como uma orquestra precisa de um maestro. Mas existem "líderes" e líderes! Nem sempre os líderes estão numa posição de chefia. Não confundir um líder com um patrão, um chefe, um dirigente... algumas pessoas já nascem com o dom da liderança, mas todos temos essas capacidades assim as queiramos aproveitar da melhor maneira. Penso que não só para benefício próprio, porque afinal todos merecemos o melhor, mas também para benefício de todos os que nos rodeiam.
Li há pouco tempo na revista "Just Leader"uma entrevista com David Yesford, vice-presidente da Wilson Learning e um comentário de Luis Fonseca, director da Prémio. Vou transcrever alguns excertos, porque dizem um pouco daquilo que penso em relação a líderes. Estes comentários estão relacionados com o mundo empresarial, mas, a meu ver, aplicam-se em outras áreas.
" David Yesford:(...) O propósito de um líder é conseguir chegar aos outros e transmitir-lhes energia para criar valor e sucesso. Ele tem que ter habilidade para conseguir comunicar com versatilidade. Para atingir os resultados financeiros pretendidos, os líderes precisam não só de serem directos, mas também inspirar e acordar o talento dos outros trabalhadores em prol da visão de futuro. Um líder verdadeiro gera paixão e acende o rastilho para um nível elevado de empenhamento- para que os empregados estejam prontos e dispostos a dar toda a criatividade, capacidade e conhecimento em prol da organização. Em contrapartida, os empregados recebem aquilo que precisam para crescer e realizarem-se".
"Luis Fonseca: (...) Todos nós conhecemos, quiça na nossa própria organização, muitos chefes que nunca hão-de ser reconhecidos como líderes. O nível hierárquico é certificado pelo nosso recibo de vencimento. A liderança são os outros que a reconhecem em nós, quando somos disso merecedores. O uso do poder que o chefe é investido pode trazer a obediência dos seus subordinados, mas não o respeito. E todos sabemos que a obediência não existe pelo respeito, mas por mero instinto de sobrevivência. Estes chefes, ainda que tal não pareça, são verdadeiros agentes sabotadores do conhecimento. Têm medo de se comprometer com objectivos, metas e prazos. Matam toda a criatividade dentro de uma empresa e travam qualquer tentativa de inovação. No limite, sentem-se ameaçados por empregados criativos. Difícilmente conseguirão algum dia chegar a líderes. (...) A liderança é uma competência que se adquire, que se pratica e que se desenvolve. A liderança treina-se e exercita-se. É algo que deve ser conquistado todos os dias. (...) Sou, por fim, daqueles que acredita que a genialidade dos líderes não está apenas em obter conquistas pessoais. Está, sobretudo, na capacidade de libertar o talento de outras pessoas. Daí que, na empresa, o importante não seja o que acontece quando o líder está presente. A "fibra" de uma organização- aquilo a que os estudiosos chamam de capacidade de resistir e de manter-se competitivo em mercados complexos e globalizados- mede-se justamente quando o líder está ausente. A boa semente gera, invariavelmente, bons frutos."

2 Comments:

At 3:25 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Bom... fantastico se tivermos em consideração que abordas um tema fantastico: Liderança. Quanto aos Gurus usaste-os apenas como polo de comparação para aquilo que realmente abordavas. E sente-se... :)
Lindo de ler e reler.
Parabens. Adorei e... estás tu por inteiro,aqui,mais uma vez. Continua nina. É este um dos teus caminhos :)
Beijo

 
At 10:16 da manhã, Anonymous Anónimo said...

A questão chave é mesmo essa - lider de facto, é aquele que os seus Colaboradores reconhecem, naturalmente, como tal. Para tal competências, como a capacidade de dinamizar, de delegar/responsabilizar, de valorizar/reconhecer os resultados atingidos, são fundamentais. Parabéns pelo teu post, e como te tenho dito pelos vistos podes diversisifcar com outros temas.

 

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