Pontos de equilíbrio

"Aprender a viver e a amar outra vez significa encontrar um equilíbrio: aprender a amar e, ao mesmo tempo, viver a nossa própria vida, aprender a amar sem nos envolvermos emocionalmente tanto com o alvo do nosso afecto e aprender a amar os outros sem nos privarmos do amor por nós próprios. Temos de aprender a viver, a amar e a divertirmo-nos de tal modo que cada actividade não intrefira excessivamente nas outras. A recuperação consiste em grande parte em atingir e manter o equilíbrio em todos os domínios da nossa vida. Temos de vigiar os pratos da balança para que nenhum penda demasiado para um dos lados e de medir as nossas responsabilidades para connosco próprios e para com os outros. Temos de equilibrar as nossas necessidades emocionais com as nossas necessidades físicas, mentais e espirituais. Temos de encontrar um equilíbrio entre o que damos e o que recebemos; temos de encontrar a linha divisória entre a abstenção e a intervenção. Temos de encontrar um equilíbrio entre a resolução dos problemas e a convivência com os que não estão resolvidos. A nossa angústia advém em grande parte de termos de viver com a dor provocada pelos problemas não resolvidos e pelo facto de o rumo das coisas não ser aquele que desejávamos e esperávamos. Temos de encontrar um equilíbrio entre a gestão das nossas expectativas e a consciência de que somos pessoas importantes e com valor, merecedoras de uma vida decente."

in "Vencer a co-dependência" de Melody Beattie

O ponto de equilíbrio é uma busca constante nas nossas mais variadas vertentes da vida. No fundo estamos sempre a aprender a viver e a amar, reajustando a nossa maneira de ser às circunstâncias da vida, às pessoas, às nossas aprendizagens. Manter o equilíbrio não é fácil porque tudo e todos estão sempre em constante mudança. Se não acompanhamos as mudanças de uma forma flexivel e expontânea, não raras vezes a vida vai-nos colocando em situações cada vez mas delicadas e complicadas e somos "forçados" mesmo a mudar. O equilíbrio de tudo a nossa volta depende também da nossa aceitação à mudança. Se sentimos que algo precisa de mudar na nossa vida, se não nos sentimos bem, não adiemos, não fiquemos à espera que as coisas mudem por si, mas façamos alguma coisa. Não podemos mudar os outros, ou certas situações, mas podemos mudar a nossa maneira de pensar, sentir e agir.