Essencia de Mulher

Um blog para mulheres e homens de mente aberta

quinta-feira, abril 27, 2006

Liberdade


Estou um bocadinho atrasada no tema mas mais vale tarde do que nunca. Deixo-vos aqui uma parábola para reflectirem.
"Era uma vez um homem como todos os outros. Um homem normal. Com qualidades e defeitos. Não era diferente. Um dia bateram-lhe repentinamente à porta. Quando abriu, encontrou os seus amigos. Eram vários e tinham vindo juntos. Os amigos ataram-lhe as mãos. Depois, disseram-lhe que assim era melhor; que assim com as mão atadas, não poderia fazer nada de mal (mas esqueceram-se de dizer que também não poderia fazer nada de bom). Foram-se embora, deixando um guarda à porta, para que ninguém lhe desatasse as mãos. A princípio, desesperou e procurou cortar as cordas. Quando se convenceu da inutilidade dos seus esforços, procurou, pouco a pouco, acomodar-se à nova situação. Pouco a pouco, conseguiu arranjar-se para continuar a subsistir com as mãos atadas. Inicialmente, custava descalçar-se. Mas, um dia, conseguiu até enrolar e acender um cigarro. E começou a esquecer-se de que antes tinha as mãos livres. Passaram-se muitos anos. O homem acostumou-se às mãos atadas. Entretanto, o seu guarda comunicava-lhe as coisas más que faziam lá fora os homens com as mãos livres (esquecia-se de dizer que também faziam muitas coisas boas). Continuaram a passar os anos. O homem que se acostumou às mãos atadas começou a acreditar que era melhor viver assim. Estava tão acostumado às ligaduras... Um dia, os amigos surpreenderam o guarda, entraram e cortaram as ligaduras que prendiam as mãos. Já és livre, disseram-lhe. Mas tinham chegado demasiado tarde. As mãos daquele homem estavam totalmente atrofiadas."
Quantos de nós vivem de "mãos" atadas? A quantos de nós foi dada liberdade tarde demais? Quantos de nós têm as "mãos" atrofiadas? Quantos de nós acham normal ter as "mãos" atadas? Quantos de nós se acomodam a ter "mãos" atadas? Quantos de nós sabem aproveitar a liberdade que têm? Poderia fazer mil e uma perguntas... só gostariam que ao lerem esta parábola pudessem reflectir no que vão ainda a tempo de mudar de modo a sentirem-se melhor e talvez a procurar entender quem ainda vive de "mãos" atadas em muita coisa ou mesmo entenderem quem conseguiu soltar-se e tem as "mãos" atrofiadas.