Essencia de Mulher

Um blog para mulheres e homens de mente aberta

segunda-feira, abril 24, 2006

Olho por olho, dente por dente


Olho por olho, dente por dente. Esta expressão leva-nos a pensar em quê? A mim conduz-me à ideia de vingança. Poderia-me levar a outro tipo de pensamento, mas para isso existem outros ditados: "Amor com Amor se paga". Mas porque é que temos de pagar sempre com a mesma moeda? Porque é que às vezes alteramos a nossa maneira de ser e agimos da mesma forma que as pessoas que nos magoaram? Será por pensarmos que só assim estas pessoas entendem o que nos fizeram, usando o mesmo tipo de linguagem e atitudes? Será uma forma de defesa? Será uma tentativa de nos colocarmos à mesma altura da outra pessoa no sentido de encontrar justiça? Será uma maneira de conseguirmos ver pelos olhos de alguém vestindo a sua pele? Ou será por ficarmos com raiva de nos termos deixado magoar, de nos acharmos inferiores, de termos sido fracos, de sentirmos até alguma culpa? No fundo só nos deixamos magoar se quisermos, mas nem todos somos suficientemente seguros para deixar passar certas coisas ao lado. O sentimento de vingança tem o efeito de "bola de neve"levando-nos por caminhos tortuosos, e muitas vezes tudo nasce de mal entendidos, de falta de comunicação e frontalidade, deixando cada um pensar o que quiser, ou por vezes o adiar situações em vez de resolver tudo na hora, é resultado por vezes de engolirmos tantos "sapos". Quantas vezes nos vêem lembrar o passado para justificarem certas atitudes no presente? No entanto há que ter em conta que os contextos podem ser diferentes. Tudo está sempre em mudança. Lido mal quando me dizem: "fiz porque me fizeste". Acho injusto, porque no fundo as pessoas são diferentes e as circunstâncias concerteza também o são. Por isso às vezes sou muito "chatinha" quando toca a esclarecer certas coisas e muito ansiosa com casos pendentes, principalmente com pessoas que me são queridas. Gosto de me justificar e de tentar perceber os outros de modo a não deixar dúvidas. Gosto até que as pessoas tenham conhecimento das coisas que me passam pela cabeça, mesmo que isso as possa magoar, para que saibam com o que podem contar e tenham possibilidade de se defenderem da injustiça de certos pensamentos que eventualmente me possam ocorrer. É um defeito meu querer entender tudo quando certas coisas simplesmente são como são. O mais importante, penso eu, é sermos fiéis a nós mesmos, orgulharmo-nos por sermos quem somos, estarmos tranquilos de que demos sempre o nosso melhor e se magoámos alguém ou algo correu mal conseguirmos estar convictos de que não foi com intenção. Eu gostaria de acreditar que não existe maldade, mas apenas pessoas e circunstâncias que se cruzaram no nosso caminho para "fazerem o papel sujo" de modo a aprendermos alguma coisa. Só peço é sempre uma coisa: não me deixem pensar sózinha. Prefiro uma verdade dura a viver eternamente dúvida.

1 Comments:

At 9:50 da manhã, Anonymous Anónimo said...

De facto, se bem percebi: há pessoas que só se sabem servir das outras. Eles estão sempre piores que todos os outros. Partilhar, entender, saber ouvir um não, são coisas muito complicadas, que só a experiência os fará (alguns, talvez) perceber que temos de aceitar os outros como eles são, e não só dar depois de muito receber.
A solução é sermos fortes e não nos deixarmos abater por gente tão medíocre e frustada de adolescências sem amor e carinho.

 

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