Perdoo mas...
"Perdoo, mas não esqueço", é uma frase que já ouvi muitas vezes. Sempre me questiono que tipo de perdão é este. Quando alguém me pede desculpa e sinto que não consigo esquecer ou entender o que me fez, prefiro dizer que talvez dali a uns tempos consiga desculpar e... esquecer. Que adianta dizer que se perdoa alguém se posteriormente num desentendimento vem tudo ao de cima ou ficamos ressentidos? Também espero que quando alguém me pede desculpa, esteja arrependido e não volte a magoar-me, pelo menos daquela maneira. Já me disseram várias vezes que tenho "memória curta". Perguntam-me: não te lembras que tal pessoa te fez isto e aquilo? Fico satisfeita quando assim é. É porque consegui perdoar. Para mim perdão sem "esquecimento" não existe, por isso é tão difícil perdoar. Também devia ser difícil pedir desculpa. Ter humildade para reconhecer que errámos não é fácil, mas há quem peça perdão de uma forma automática. Às vezes até penso que nem sabem porque pedem desculpa, simplesmente fazem-no porque viram uma reacção contrária ao que estavam à espera do outro lado e não estão para se aborrecerem mais. Certas pessoas podem magoar-nos propositadamente mas outras somente agem segundo a sua maneira de ser que é diferente da nossa e, não correspondendo às nossas expectativas acabamos por nos sentir atingidos. Quem sou eu para julgar alguém? Quando me magoam procuro entender que lição devo tirar com a situação. Por vezes aparecem pessoas neste nosso trajecto que têm de fazer o "papel sujo" para que possamos aprender certas coisas. Costumo dizer que as situações e pessoas que vão surgindo na vida são o "espelho" do nosso interior. Não somos obrigados a agradar a todos, nem todos podem ser agradáveis para nós. Por vezes é necessário ir arrancando as "ervas daninhas" do nosso caminho. Ser-se compreensivo, tolerante, bom... é uma coisa , ser-se "parvo" é outra. Conviver com quem nos faz sentir mal não é nada saudável. Penso que acima de tudo devemos sentir Paz no nosso coração. Muita Paz para todos, é o que mais desejo.
4 Comments:
Olá,
Cá estou eu de novo a comentar / opinar.
Perdoar, esse acto que por vezes nos custa tanto a aceitar, mas que por uma razão ou outra conseguimos quase sempre faze-lo.
Falando por mim, e sempre por mim...para perdoar, é preciso que tenha uma justificação plausivel e aceitavel...
Eu cedo quase sempre, e por perdoar quem mais mal me faz... mas é mais forte que eu...
um beijinho
carla
Prometi e cumpri... passei por cá.
Nao procurei respostas. Tenho para mim que tantas vezes sao sinonimo de capitulo encerrado. Prefiro viver o desafio das
questoes. Pouco importa a acuidade de uma resposta, quando comparada com a grandeza de uma Questao.(In dubio pro reu) Só um "sábio" poderia responder a certas questoes que a alma estende.
Sem preconceito, fiquei com a ideia que, este seu "blog" é o lugar onde a crisalida tenta plasmar a sua metamorfose.
Lendo os seus textos, para alem de outras, fica me um pouco a sensaçao de catarse... (verdade que eu sou um cinico) de politicamente correcto. Senti a falta de algo em que as Mulheres
sao sublimes. Falta, o Diabinho verde. Com a breca, a menina nao acha, que nao nos devemos levar tao a serio? Olhe que um pouco de anarquia vai muito bem ao pequeno almoço.
Em favor da minha prosa, devo dizer que escrevi sorrindo.
Salutti.
Luca
OBS. I puoi, la vitta che cosa é. Cerchiamo di viverla acanto, non fare tropo casino, avendo sempre presentte i rispetto per i altri, non ce bisogno di piu. Doppo di che, trovare la strada dove si puo sfrutare cuesto atimo che abiammo comme existenza!
Carla... fico sempre muito satisfeita de te ver por aqui. Gosto de ler os teus comentários. Um beijinho.
Luca... obrigada pela sua visita.Penso que viver o desafio de uma questão é tentar encontrar uma resposta. Todos nós, uns mais do que outros, sempre questionamos muita coisa, entre elas a nossa existência.É certo que a alma sempre nos coloca questões bem difíceis e que tentamos dentro do possível alcançar a sabedoria, quanto mais não seja a que precisamos para evoluir em cada existência.Achei engraçada a alusão à crisálida e metamorfose. Há uns anos atras começaram a "aparecer" borboletas na minha vida de várias formas... digamos que sempre associei isso à metamorfose que venho vivendo. Sem dúvida vivo momentos de grandes transformações na minha vida. Catarse...que devo entender neste contexto por catarse? Purificação? Terapeutica psicanalítica que pretende a desaparição de sintomas pela exteriorização verbal dramática emocional de traumatismos recalcados? Para mim a escrita é sem dúvida uma terapia! O que procuro fazer neste meu blog é simplesmente dar a conhecer um pouco da minha experiência de vida e partilha-la com quem por aqui passe.Dessa forma espero trocar ideias, aprender um pouco e quem sabe ajudar alguém. Não me preocupo com o politicamente correcto. O que para mim pode estar correcto para outros não estará. Essa é a magia do ser humano, a sua diversidade. Escrevo sobre o que sinto e o que sou. Revelando a minha ignorância devo dizer que so conhecia a Diabinho encarnado... que faz o diabinho verde? Quanto a levarmo-nos a sério... isso já depende de muita coisa. Para mim concerteza que certas coisas são para ser levadas a sério, outras nem tanto. Tento a cima de tudo não complicar a existência e viver em Paz comigo mesma e com os outros e procurar dar umas boas gargalhadas sempre que é possivel e chorar quando necessito. No fundo viver! Anarquia ao pequeno almoço... ao almoço... ao jantar... ela sempre existe! Talvez este blog assista a minha metamorfose... e à minha saída da crisalida...para mim é um desafio ao qual me propus. Sempre tive muito "medo" de escrever, sempre me considerei uma mulher de ciências e não de letras. Passar do números para as letras, passar do interior para o exterior... é tarefa difícil para mim, mas senti essa necessidade! Podia ter-me dado para pior...Muito obrigada pela observação final... eu adoro italiano!;)Adorei o teu comentário e..."avendo sempre presentte i rispetto per i altri, non ce bisogno di piu"
Por muito que se diga ou escreva, todos nós julgamos, em função dos nossos interesses e/ou dos valores que constituem a nossa personalidade.
Mas também pouco importa julgar, pois nem sempre tal significa corrigir ou melhorar, porque mais uma vez há inumeras formas de ver ou estar.
Quando alguém nos sugere anarquia, coragem, mais seja o que for, não será que está a julgar ou a influenciar, esquecendo-se de aceitar o outro tal como ele é. Pois é filosofias....
No fundo cada um deve ser livre de escolher o seu percursso e quem gosta, gosta, quem não gosta paciência.
Gostar de alguém, está para além de todo esse julgamento ou pedido de desculpas, que na maior parte das vezes significa: desculpa mas eu sou assim..............
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