Essencia de Mulher

Um blog para mulheres e homens de mente aberta

quinta-feira, novembro 03, 2005

Fernando Pessoa

O amor, quando se revela...

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...


Porque esperamos sempre de quem amamos grandes palavras e acções, quando sentimentos verdadeiros e sublimes se fazem sentir através de pequenas coisas como: um olhar amoroso, um silêncio acolhedor, um abraço aconchegante, um sorriso radiante, uma lágrima sentida, um arrepio no corpo...?

4 Comments:

At 1:07 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Toda e qualquer atitude, por mais insignificante que seja, indicia o amor ou algum forte sentimento que nutrimos pela pessoa desejada. São estes pequenos e singelos gestos do dia a dia que recebemos da pessoa amada, ou desejada que, por vezes, nos provocam um sorriso nos lábios. Hoje aconteceu-me isso... A bon entendeur...

 
At 5:13 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Gosto muito deste poema,incrivel como Pessoa conseguiu sempre por em poemas simples pensamentos intensos, sempre com as palavras certas , sempre de encontro ao que sentimos.
Venho també agradecer-t os comentarios e as visitas.
Baci

 
At 9:13 da tarde, Anonymous Anónimo said...

é verdade um gesto pode mesmo ser tudo akele brilho no olhar akela lágrima sentida akela expressao akela alegria de viver akela preocupaçao quando a nossa própria vida parece n ter sentido senao se interligar na vida da pessoa k+amamos...

 
At 10:08 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Amar é dar sem condições. Para tal, não é preciso grandes atitudes ou constantes renovações de vontades.

 

Enviar um comentário

<< Home