Borboletas para vocês... Feliz 2006!
Um blog para mulheres e homens de mente aberta
Quero ignorado, e calmo
Na semana entre o Natal e o Ano Novo sempre faço um balanço do ano anterior. Depois faço como os engenheiros e arquictectos: Projecto o novo ano. Sonho sem dúvida com muita coisa, fico lá nas nuvens depois tento passar tudo para o papel para durante o ano construir os "alicerces". Nem sempre me saio bem nos cálculos ( imaginem se fosse mesmo engenheira) e construo "castelos no ar". Mas existem sonhos dos quais não desisto e olhando para trás consigo rectificar algumas coisas e sempre ter esperança num ano que se inicia.
Todos nós já vimos e sentimos, de uma maneira ou outra, o que é uma criança a receber e desembrulhar um presente. Há tempos li num livro uma passagem que vos deixo aqui e que me deu que pensar. Eu sempre procurei oferecer aos meus filhos, sobrinhos e outras crianças presentes didácticos. Hoje já não penso tanto assim. Ao olhar para os jovens de hoje sinto que têm pouca criatividade e não sabem brincar. Misturam um pouco a brincadeira com actos de mais responsabilidade ou levam brincadeiras demasiado a sério. Penso que cada etapa da vida deve ser devidamente vivida. Uma criança é uma criança e deve viver plenamente como tal. Crescer depressa demais não é bom. Mais tarde pagam-se as consequências. Deixo-vos aqui então uma curta passagem do livro: "Felicidade existe" de Shawn Christopher Shea, se quiserem reflectir.

Peço desculpa pela minha ausência, mas tenho estado muito ocupada.Comecei a fazer arrumações na minha casa. Muitas pessoas acreditam, eu acredito, que a nosso casa reflecte muito do nosso interior. Há 6 anos senti uma necessidade de mudança na minha vida, mas não tem sido fácil. Mudanças são sempre mudanças e enfrentar o desconhecido é difícil. Quase diria que esta mudança me foi imposta. Comecei por me desinteressar de tudo o que na altura gostava de fazer. Talvez agora, depois de muito aprender, aceite muita coisa que outrora me parecia impensável. Sinto que estou a encaminhar-me e resolvi começar a fazer uma limpeza de alto a baixo no meu cantinho. Tenho posto muita coisa fora de casa e procurado ficar com o estritamente essencial. Sempre fui muito ligada ao passado. Livrar-me de alguma recordação era como "morrer" um pouco, como ficar sem história. E guardar recordações quase um vício. Desta vez peguei nos meus 3 caixotinhos onde durante anos guardei muita coisa: diários, bilhetes de espectáculos, convites, cartas, contas de restaurantes onde nessa altura 9 pessoas comiam por 900 escudos, velas de aniversário, petalas de flores, ... mil e um objectos. Passei cada um em revista e desfiz-me de práticamente tudo. Afinal tudo aquilo só fazia sentido para mim. Cada um vive as experiências da vida à sua maneira e é marcado por elas de uma forma única. Para quê guardar tanta coisa? De que serve apegarmo-nos às coisas? Há que fechar algumas "portas" do passado para outras se poderem abrir. As recordações estão cá dentro. Podem não acreditar mas tenho-me sentido mais leve e, organizando a casa parece que tudo dentro de mim também vai ficando mais claro e mais estruturado. Sinto-me mais livre. Certas amarras vão sendo desfeitas. Ainda falta muito mas já vou sentindo diferença. Vou dando mais valor a cada momento que passa. Na realidade de vez em quando precisamos de fazer "limpezas" interiormente: vermo-nos livres do que não interessa, não nos faz falta, que já não nos é útil, organizarmos ideias, limparmos pensamentos... ficar com o essencial. Eu acredito que a nossa casa é o reflexo do nosso interior, e quando mexemos num lado existe necessidade de mexer do outro. Quase arriscaria a dizer: Limpar a casa é limpar a alma e limpar a alma leva-nos a sentir necessidade de limpar a casa.