
Da janela do meu quarto
vejo o Mundo lá fora.
Um Mundo surdo, mudo, cego
Insensivel ao meu sentir.
Grito... Grito em vão.
Ninguém me ouve, ninguém se importa.
São gritos silenciosos, apelos da alma...
Lá ao longe, o sol brinca com o mar.
Ao reflexo da luz quente e dourada,
a vastidão azul e fria
responde com milhares de pequenas estrelinhas cintilantes.
São sorrisos da Natureza.
Porque não sorrio eu?
Falta-me o calor de um abraço sentido,
a luz de uma palavra amiga,
o reflexo de um olhar compreensivo,
a ondulação suave do Amor
que embala a Felicidade.
Fecho a janela, fecho as portadas de madeira,
fecho-me para o Mundo.
No escuro das quatro paredes brancas,
no colo da cama,
no ombro da almofada,
enrosco-me em mim mesma...
Sinto a minha pele, o meu calor, o meu cheiro,
o meu respirar, as minhas lágrimas...
Oiço do fundo do meu ser:
-Não tenhas medo, não estás sozinha, estou contigo.
Sorri para ti!